
Nos últimos anos, tenho mergulhado cada vez mais na musicalidade, nas danças, nas cores, nos perfumes e nos sabores do Brasil. Apesar de brasileiro, nascido em Recife e crescido na Bahia, minhas referências musicais partiram logo cedo para além de nossas fronteiras. Inicialmente por parte da Igreja Protestante, que foi fortemente influenciada pelos missionários americanos, dos quais, muitos relativisavam nossa cultura, reduzindo por décadas o seu real valor e proveito litúrgico. Por outro, falta de interesse e preconceito, obviamente nascidos pelo contato reduzido com a cultura musical nacional.
Mas essa não foi uma experiência inteiramente ruim, já que por isso, fui beber do R&B, Soul, Blues, Jazz e por último do Rock (com muita dificuldade e resistência por parte da comunidade cristã). Nesse ínterim, tive relevante experiência com a música do VPC (Vencedores por Cristo), que mais tarde me faria voltar os olhos mais uma vez - radicalmente - para a música do Brasil.
Hoje, em meio ao chamado Pop Brega Gospel, entendo o enfado e dissabor por grande número de cristãos, pela música nacional. E dadas as cirscunstâncias históricas, compreendo tambem a falta de interesse pelas sonoridades típicas do Brasil. Questões de gosto são questões de costume e disponibilidade - gosto se discute sim!
Fiz todas essas voltas para tentar expressar a felicidade e expectativa que nasceu em mim, após conhecer o som dos CROMBIE, por intermédio de uma indicação do João Alexandre, em uma entrevista. segundo o mesmo, a música dos CROMBIE é para se degustar. Então fui provar desse prato e, de fato... é um prato cheio! Não dá para comer apressadamente, é preciso mastigar devagar, sentindo as mudanças de sabor, a temperatura, o aroma.
Banda jovem, surgiu em 2006 como brincadeira de amigos, num clima simples e despretensioso - assim como surgem algumas das melhores coisas da vida. Entretanto, além do gosto comum, havia um tom de reflexão com nuances de um divertido bucolismo. E esse elemento tem se tornado sua marca mais perceptível. Com composições arrojadas e arranjos deliciosos, CROMBIE vem alcançando ressalvas principalmente no cenário "secular" (alguém ainda precisa me explicar essa suposta dicotomia), recebendo destaque em prêmios como o Festival de Bandas do Jornal do Brasil, no qual foi finalista e ainda conquistou o público, sendo a mais votada no júri popular.
Me reservo a falar até aqui, pois CROMBIE, como já disse o Jalex (João Alexandre, para os fãs - rsrs), é para se degustar. Quando crombie chega no estômago e passa a fazer parte da corrente sanguínea, o efeito é apaixonante e inebriante. Portanto, se você sentiu uma certa parcialidade e puxação-de-saco enquanto lia o texto, pode não ser mera sensação. Afinal... eu provei do CROMBIE! E se você se permitir, talvez experimente do mesmo fascínio e esperança.
CROMBIE É:
Paulo Nazareth(voz/violão/baixo)
Filipe Costa(guitarra/violão)
Lucas Magno(percussão)
Leonardo Pinto(percussão)
Gabriel Luz(violão/voz/baixo/guitarra)
Felipe Vellozo(baixo/voz/violão)
RESSALVA:
Indico a canção A MANGA. Além de ser a mais famosa e mais apreciada, talvez seja a que melhor resume (isso não é possível em apenas uma canção) a musicalidade e o sabor dos Crombie. Logo em seguida, indico UM, CHUVA DE VENTO e GUIDOM.
PRA COMEÇAR O PAPO:
www.myspace.com/crombies
Marcadores: Crombie
já vou conferir!
Prova... e se entregue.
Se o sabor não agradar de cara... insista mais um pouco. As reações do corpo, após tamanha delícia, são apaixonantes, restauradoras e até libertadoras.